terça-feira, 26 de maio de 2015

Formação Continuada dos Professores de Arte dos anos finais, em Araucária

No último dia 20 reuniram-se os professores dos anos finais do ensino fundamental da disciplina de Arte, da rede municipal de Araucária, para compor o Planejamento Referencial Preliminar.

A participação de todos é importante para a consolidação da gestão democrática na elaboração do planejamento coletivo.

Cumpriram-se as etapas de coleta e organização do Objetivo Geral e dos Conteúdos, previstas para o último encontro.

Para a próxima, elegeu-se a postagem dos campos de Encaminhamento Metodológico. Esta deverá ser feita no ambiente MOODLE (smed.araucaria.pr.gov.br/moodle) com data limite até 17/06/2015. Mais informações estão disponíveis aos usuários no sistema.

Agradecemos desde já as contribuições, 
elas fazem parte das nossas conquistas!8

um abraço


Coordenação da Disciplina de Arte
Prof. Beatriz Otto

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Saber Mais: Dança no Egito Antigo

Os Primórdios da Dança no Egito. Fonte: http://wikidanca.net/wiki/index.php/Prim%C3%B3rdios_da_dan%C3%A7a_no_Egito

Deusa Hathor, patrona da dança no Egito

Bes, o deus-anão
Desde tempos mais longínquos a dança fez parte de manifestações na história da humanidade, inicialmente, segundo alguns arqueólogos, como sinal de exuberância física ou tentativa primitiva de comunicação e posteriormente como forma de ritual: para celebrar as forças da natureza, a mudança de estações, em culto aos deuses, em ritos de fertilidade etc.
No Egito, a invenção da dança era atribuída a Bes, um deus-anão que protegia contra a feitiçaria e favorecia um parto rápido. A figura dele, assim como a da deusa Hathor, patrona da dança, são encontradas em papiros e em desenhos dentro de pirâmides relacionadas à palavra hbij, que significa ao mesmo tempo dançar e estar contente. Ambos os deuses derivam de entidades dos primitivos ritos de fertilidade praticados por volta de 5000 a.C.
"A decifração dos hieróglifos nos permitiu conhecer o ritual em honra de Osíris na cidade de Abydos. Os ritos duravam dezoito dias e até hoje sua representação é uma atração turística. A encenação constava de uma cerimônia de aradura e semeadura na qual, sacerdotes, músicos e bailarinos adentravam o templo em solene procissão executando, com danças pantomímicas mascaradas, a morte e a ressurreição da divindade. Enfeitados com fantásticos arranjos de cabeça, davam boas vindas com gritos de alegria à deidade ressuscitada e à semente do solo que brotava." (CAMINADA, 1999)

O Festival de Abydos


Templo de Osíris em Abydos

Ruínas do templo de Abydos (esq.) e relevos do deus Osíris (dir.)
Abydos sediou por mais de dois mil anos o culto aos Mistérios do deus Osíris, primeiro soberano do Egito na mitologia. O Festival acontecia sempre no último mês da inundação do rio Nilo e a partir de seus registros detectou-se os primeiros sinais da dança na civilização egípcia.
Sabe-se que o festivas de Abydos realizava-se de acordo com indicações em hieróglifos, garantindo a repetição de um esquema. O cuidado em repetir o cerimonial levou os egípcios a uma primeira notação gráfica da dança através de hieróglifos.
Dois exemplos são encontrados em fragmentos oriundos de túmulos datando de cerca de 2700 a.C., um para dança da colheita e outro para dança funerária.

Cerimônia de culto ao deus Osíris

Osiris1.gif
A primeira descrição da cerimônia data de 1868 a.C.. Nela a estátua do deus era carregada, em sua barca portátil, nos ombros dos sacerdotes do templo para sua suposta tumba no monte conhecido como Umm el-Qaab. A procissão parecia consistir em duas fases - a primeira, pública e a segunda secreta, para os sacerdotes. O deus, primeiro seguia de seu complexo do templo através de um pequeno portal e seguia através dos cemitérios do lado ocidental do templo. Esta era a seção pública do ritual acessível a todos e onde muitas pessoas dedicavam estelas ao deus para celebrar o festival e para rezar pela continuação da vida após a morte. Após esta primeira etapa, a procissão ia para o deserto, onde os dogmas dos ritos divinos eram realizados.
Quase sempre a entrada de Osíris vinha após a citação do nome de um faraó morto recentemente. Os personagens usavam máscaras e executavam gestos estipulados, acompanhado por cantos e danças.

A festa, hieróglifos e elementos do espetáculo


Dançarina egípcia fazendo a "ponte"

Mulheres egípcias dançando, detalhe da pintura na tumba de Shaykh
Alguns historiadores situam na festa de Abydos o ancestral do teatro. Embora se trate de um culto, a alta dramatização permite que nele se vislumbre elementos de um espetáculo. Os gregos seguiriam via semelhante a partir dos mistérios dionisíacos e a procissão das mênades.
A música no Festival de Abydos caracterizou a relevância da expansão impulsiva e instintiva do homem aliada ao movimento sonoro da natureza. A civilização egípcia praticou o cultivo da música como arte em si mesma, ligada à religião, à política, seus ritos e danças. Estudos de instrumentos encontrados em sítios arqueológicos locais evidenciam o aperfeiçoamento na fatura dos mesmos com valorização em timbres. A música egípicia, com características muito próprias, revela inspiração e finalidade religiosa, e era praticada em diversos momentos da vida social e coletiva. A arte egípcia, através de seus instrumento musicais e papiros com diversas anotações, atingiu outras civilizações antigas, como a cretense, a grega e a romana.

Sistro

Instrumentistas e dançarinos egípcios
Diversos registros fazem acreditar que a dança egípcia era severa, angulosa, com alguns movimentos acrobáticos, como a ponte: pés e mãos no solo sustentam o corpo arqueado.
A participação feminina parecia predominar, pelo menos no que se refere à dança religiosa. Desenhos, altos-relevos e estátuas mostram dançarinas, frequentemente aos pares, sobressaindo entre o grupo de instrumentistas.
O acompanhamento musical era feito por sistro - instrumento de percussão que produz um som achocalhado, geralmente feito de bronze -, flauta e tambor.
As danças foram, inicialmente, confiadas a mulheres, mas, relevos posteriores mostram batedores de palmas marcando o ritmo para um grupo de dançarinos que avança em fila, com os braços para o alto, mãos unidas pelas pontas dos dedos, palmas voltadas para cima ou instrumentistas tocando harpa e uma espécie de flauta enquanto outros parecem estalar os dedos.
Embora originalmente vinculada ao culto, a dança também servia para a diversão da aristocracia. Num papiro de Mênfis um faraó expressa o desejo de ver um anão dançar. E são inúmeras as imagens de dançarinas homenageando os poderosos, desde as primeiras dinastias até o final do domínio dos Ptolomeus, quando o Egito foi conquistado pelos romanos.
A arte egípcia, através de seus instrumento musicais, dança, hieróglifos e papiros com diversas anotações, atingiu diversas outras civilizações antigas, como a cretense, a grega e a romana.

Referências

PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
WILKINSON, Philip. Guia Ilustrado Zahar: Mitologia / Philip Wilkinson & Neil Philip; trad. Áurea Akemi; 2 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,2010.
CAMINADA, Eliana. História da Dança: evolução cultural. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.
BOURCIER, Paul. História da Dança no Ocidente. Editions du Seuil, 1978.
The Festival of Osiris at Abydos. In: http://www.egypt.net.in/festival-of-osiris/ All about Egypt. © 2013 Copyright Egypt.net.in. Acesso em 29 de abril de 2013.
No antigo Egito, o nascimento do drama. In: http://www.elianacaminada.net/ Acesso em 26 de abril de 2013
A Música na Pré-História e Antigas civilizações In:http://www.passeiweb.com/saiba_mais/arte_cultura/musica/pre_historia_antigas_civilizacoes/ Acesso em 26 de abril de 2013.