quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O Desenho da Criança e Avaliação na visão de vários autores

Uso Educacional

Desafio teórico

Difícil se torna a avaliação do desenho das crianças, não é mesmo?!
Pois essa dificuldade não é atual. Muitos autores discutiram (e ainda discute-se) esse tema.
Para avaliar a produção dos alunos, vale lembrar de algumas teorias (mesmo que de forma sintética) para que possamos – nós educadores em Arte – considerar inúmeros aspectos que serão apontados a seguir.
A representação no desenho da criança pode ser compreendido por diferentes aspectos:
Na abordagem de Luquet (1913; 1969), o desenho é um instrumento para “construção de conhecimentos”, pois (...) “qualquer que seja o fator que evoca a representação de um objeto e a intenção de desenhá-lo, o desenho nunca é cópia fiel dos objetos. Isso porque a criança desenha conforme o modelo interno, a representação mental que possui  do objeto a ser desenhado.
Segundo Piaget (1972), “é uma forma de representação que supõe a construção de uma imagem bem distinta da percepção”. Não é imagem mental, nem fruto da percepção visual, é a “construção gráfica que dá indícios do tipo de estrutura simbólica que a criança tem naquele momento”.
Quanto à avaliação é ideal considerar Gardner quando (1982) “analisa o desenho como simbolização e procura integrar as abordagens cognitiva e afetiva ao apreciar os desenhos das crianças”, (...) “é importante considerar as diversas estratégias criadas por crianças de um mesmo estágio de desenvolvimento gráfico”.
Para Freeman (1980), “a criança, ao desenhar, precisa relacionar o conhecimento que possui dos objetos com o conhecimento das convenções gráficas próprias do desenho”, este agora entendido como linguagem gráfica. Ela “extrai informações de uma cena real e as transforma num desenho, num sistema de representação”.
Karminoff-Smith (1990) trata o desenho como “representação para indicar as imagens mentais que as crianças têm dos objetos” (sic). Para esta autora, as mudanças evolutivas do desenho das crianças são “explorações de processos que as crianças se valem para mudar seus procedimentos, em detrimento dos que já foram empregados em direção a novos objetivos estabelecidos”... Fato que, como educadores, entendemos que o aluno que mais desenha, melhor desenha!
Duborgel (1976)  afirma que “o desenho é vinculado a um ato complexo de representação, associando lógica e imaginação”.
Korzenik (1977) fala do poder de comunicação das representações gráficas, das imagens e das convenções do desenho. Ela atribui a intenção da criança em expressar ações e pensamentos e ao entendimento do desenho por outras crianças.

Leia o texto de PILLAR (1996), referência desta postagem e a partir do qual os autores acima foram citados.

Em síntese, “a criança busca representar sua visão de mundo e para tal toma o real como referência”. Esse é o ponto principal a ser considerado durante nossas avaliações.






A interpretação do Grafismo

"A interpretação do desenho da criança está presa ao reconhecimento do intérprete, que estabelece até que ponto  suas várias possibilidades de leitura ficam intencionalmente ligadas às figurações que as orientam e as dirigem", afirma FERREIRA (1998, p.99).

Isto leva à compreensão que se atividades são propostas é preciso conhecer o mundo da criança e seu cotidiano para em seguida proceder a leitura de sua produção artística, quando realizada nas aulas de Arte.




Desenho como  Linguagem e o amadurecimento do traçado

A prática do desenho passa por etapas de amadurecimento que passam da infância para a vida adulta.

MOREIRA (2002, 51-57) menciona as expressões "desenho-fala", própria do traçado infantil e do "desenho-certeza", relacionada a fase em que o estudante diz não saber desenhar (por cerca de 10 anos de idade).

A autora fala que "o homem comum perde a possibilidade de criar suas próprias manifestações e passa a consumir a manifestação alheia", ainda que esse fato limite o potencial criativo.

Nesse processo de transição, está a criança na escola de cada época e que precisa se ajustar aos ideais de seu tempo.

(Texto de referência, abaixo)





E a Arte Infantil?

Embora a significação do desenho infantil seja difícil, não assimilável como a solução de um problema matemático, as representações presentes nesses traços estão em constante movimento interativo e de transformação. (WEISZ citado por IAVELBERG, 1995.)

As teorias e narrativas dos autores dos desenhos se constroem em ações intersubjetivas, intra-objetivas e objetivas, limitados aos estágios cognitivos e aos modelos visualizáveis no meio sócio-cultural. As crianças ordenam seus conhecimentos e os esquematizam dentro de suas capacidades. (IAVELBERG, 1995, p. 6).

Os autores desenvolveram nomenclaturas associativas a partir das características da arte infantil, mas em consenso afirmam que a arte da criança não é espontânea. São eles, correlacionados:



Leia na íntegra o texto de referência:












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